Entre antimonumentos e vitórias aladas: práticas de memória de uma linguagem política feminista

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Emanuela Borzacchiello

Resumo

Desde a década de 1970, no México, os feminismos criaram práticas narrativas e visuais diversas e sem precedentes para investigar, denunciar e abordar a violência sofrida pelos nossos corpos. Neste artigo justaponho ações, palavras de ordem, intervenções em monumentos e construção de antimonumentos para compreender como surgem práticas que conseguem propor uma forma de comunicação política entre diversos territórios. Essas práticas, que vinculam reivindicações e utopias, ressoam espacial e temporalmente em toda a América Latina e no Caribe, criando símbolos móveis de luta contra diferentes tipos de violência e configurando uma nova esfera ético-estética na qual seus critérios de visibilidade são problematizados e a partir da qual conseguimos ativar múltiplas possibilidades de transformação comunitária. Esses símbolos de vida rompem com a enumeração dos nomes das vítimas e com a classificação estática das mortes violentas porque tecem uma linguagem política compartilhada sobre os processos de desapropriação e desapropriação que sofremos. Através desta análise espero mostrar como estas práticas transitam entre um movimento de negação e um movimento inverso de afirmação: negação porque são práticas dissidentes que se opõem a sistemas patriarcais e coloniais violentos, operações transgressoras de uma ordem disciplinar imposta; afirmação porque não se baseiam na destruição, mas abrem espaços de possibilidade onde antes havia uma impossibilidade ou apenas frustração. São práticas de memória que conseguem enriquecer e fortalecer uma linguagem política feminista.

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Como Citar
Borzacchiello, E. (2024). Entre antimonumentos e vitórias aladas: práticas de memória de uma linguagem política feminista. Memorias Disidentes. Revista De Estudios críticos Del Patrimonio, Archivos Y Memorias, 1(2), 119-137. Recuperado de https://ojs.unsj.edu.ar/index.php/Mdis/article/view/entreantimonumentasyvictoriasaladas-E.Borzacchiello
Seção
Sección Académica
Biografia do Autor

Emanuela Borzacchiello, Universidad Autónoma Metropolitana - Xochimilco. emanuela.borz@gmail.com

Doutora em Estudos Feministas e de Gênero. Em sua pesquisa, ela analisa a violência feminicida contemporânea em sua intersecção com a opressão e segregação de classe no âmbito do neoliberalismo mexicano, implementando metodologias mistas de campo e arquivo. Mais recentemente, tem continuado o seu trabalho de investigação com o estudo e criação de arquivos feministas como estratégia de construção de memórias coletivas. É membro do Sistema Nacional de Pesquisadores do CONAHCYT e pesquisadora de pós-doutorado no Doutorado em Humanidades da UAM Xochimilco, Linha de Pesquisa “Estudos Culturais e Crítica Pós-colonial”. Articula investigação e advocacy em diferentes áreas: academia e activismo, intervenção institucional e civil. Até o momento, a nível institucional, é membro do Comitê Multidisciplinar e Interinstitucional de Monitoramento do Alerta de Gênero na Cidade do México. Miembro del Grupo de Investigación México-Estados Unidos, promovido por la Universidad de Texas, Austin, y el Centro de Investigación y Estudios Avanzados (CINVESTAV), titulado “Geografías de Desplazamiento: Niñxs y Jóvenes Migrantes/Refugiadxs Mexicanxs en las fronteras de México y Estados Unidos". Possui mais de 20 publicações de pesquisa e acesso universal ao conhecimento nos últimos 15 anos, entre eles: “A inter-relação e os vínculos entre a violência sexual e a morte de meninas e adolescentes na região da América Latina e do Caribe” (2021), apoiado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pelo Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM).                              

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